Tau (2018): resumo e resenha crítica do filme

O filme “Tau”, lançado originalmente na Netflix no ano de 2018, é uma produção de suspense sci-fi que mistura conceitos de Inteligência Artificial, experimentos humanos e a luta pela sobrevivência. 

Nesse sentido, a trama traz uma narrativa que tenta explorar temas profundos como por exemplo a natureza da humanidade e a relação entre máquinas e seres humanos. Apesar disso, infelizmente, o resultado final deixa a desejar. 

Assim, neste artigo, iremos fazer um resumo e também uma resenha crítica do filme Tau, da Netflix. Em conjunto a isso, listaremos outras produções parecidas para você assistir, bem como discutiremos se vale a pena assistir à produção da gigante do streaming.

Resumo do filme Tau

“Tau” é uma história que se passa em um futuro próximo, onde a tecnologia avançada e a IA dominam uma parte significativa da sociedade. Sendo assim, o filme começa com a personagem principal, Julia, que Maika Monroe interpreta.

Ela é uma jovem que leva uma vida marginal, se envolvendo em furtos em baladas com o intuito de sobreviver. Posteriormente, sua vida vira de cabeça para baixo quando um cientista excêntrico, Alex (que Ed Skrein interpreta), sequestra a mesma. Depois disso, o homem a aprisiona em uma casa futurista.

O cientista, que se apresenta como uma figura renomada no campo da pesquisa científica, tem como objetivo criar o melhor sistema de Inteligência Artificial do mundo, que se chama Tau. 

No processo para alcançar essa meta, ele utiliza pessoas como cobaias em experimentos desumanos. Julia, que recebe o nome de “Cobaia nº 3”, passa a ser parte de um experimento fatal.

A relação entre Julia e Tau

Em tal contexto, sua sobrevivência depende de sua capacidade de lidar com Tau, o sistema de IA que é altamente desenvolvido, mas que ainda carece de habilidades emocionais e sociais.

A casa, que funciona como um laboratório de alta tecnologia, tem o monitoramento e o controle de Tau, que além de tudo é uma Inteligência Artificial que foi criada para proteger o local e os experimentos realizados ali. 

Desse modo, a interação entre Tau e Julia se torna central para a trama, pois a jovem tenta humanizar a máquina para que ela possa ajudá-la a escapar. Ao longo do filme, Julia tenta ensinar coisas simples à IA, como por exemplo músicas e emoções, na esperança de que o  sistema desenvolva algum tipo de empatia por ela e, assim, se volte contra seu criador.

O filme se desenrola com uma tensão crescente, com Julia tentando escapar e desafiando as limitações da Inteligência Artificial para salvar sua vida. A história faz um paralelo entre a frieza da tecnologia e os sentimentos humanos, mostrando como a IA é incapaz de compreender completamente o comportamento dos seres humanos.

Resenha crítica do filme Tau

Logo no começo, “Tau” parece promissor. Em tal sentido, a premissa inicial é intrigante e desperta a curiosidade. O filme mistura conceitos de Inteligência Artificial e distopia, criando um cenário que remete a outros grandes títulos de ficção científica. 

No entanto, à medida que a história avança, o que parecia ser uma trama sólida começa a se perder, e o filme se transforma em uma sequência de clichês e de ideias que são mal executadas.

A direção e o roteiro: falhas na execução

Com direção de Federico D’ Alessandro, que tem uma vasta experiência em direção de arte, o filme conta com um visual interessante, especialmente no design de Tau e da casa futurista. 

A IA em si, que é representada visualmente como uma esfera com uma mandala, chama a atenção pela estética. Porém, o que falta em “Tau” é a consistência na construção de seu enredo e no desenvolvimento de seus personagens.

Juntamente com isso, a mistura de elementos de filmes anteriores é evidente, mas sem a originalidade que poderia ter elevado a obra. A história começa com uma atmosfera que lembra “Jogos Mortais”, mas logo transita para algo que tenta ser um romance, sem sucesso, semelhante ao de “Ela”. Essa falta de identidade própria faz com que o filme pareça uma colagem de referências, sem conseguir estabelecer uma narrativa convincente.

Problemas nas atuações

O grande problema de “Tau” está no roteiro e na direção. Sendo assim, o roteiro, assinado por Noga Landau, tenta criar um suspense psicológico em torno da relação entre Julia e Tau, mas acaba falhando em dar profundidade aos personagens.

As motivações de Julia, embora claras no início, se tornam inconsistentes à medida que o filme avança. Já o personagem de Alex, interpretado por Ed Skrein, é um vilão sem nuances, com uma atuação sem emoção e que não consegue transmitir a gravidade de suas ações.

Da mesma forma, a atuação de Maika Monroe, que já havia se destacado em “Corrente do Mal”, também não é capaz de salvar o filme. Em outras palavras, ela parece desconectada da trama, como se soubesse que estava participando de um projeto sem grandes perspectivas. 

Por fim, a interpretação de Gary Oldman, que dá voz a Tau, também não é capaz de transmitir a complexidade do sistema de Inteligência Artificial. Isso ocorre pois o roteiro impede uma maior exploração do personagem.

Efeitos especiais e visual decepcionante

Os efeitos especiais, embora sejam interessantes em alguns momentos específicos, acabam prejudicando a experiência. A primeira morte da trama, por exemplo, causa mais risos do que tensão, o que tira o espectador do clima de suspense que o filme tenta construir. 

Embora contem alguns aspectos visuais que são interessantes, o restante dos efeitos parece artificial e de baixo orçamento. Tal contexto é algo que compromete ainda mais a imersão na história.

Conclusão: falta de originalidade e problemas técnicos

Apesar de algumas boas ideias iniciais e um visual interessante em alguns momentos, “Tau” não consegue se sustentar como um filme de ficção científica sólido. O roteiro fraco, as atuações sem emoção e os efeitos especiais de baixa qualidade acabam comprometendo o potencial da trama. 

Logo, o filme acaba sendo uma tentativa frustrada de explorar temas que são muito importantes, mas sem conseguir executar uma narrativa que seja tanto coesa quanto original.

Produções parecidas para assistir

Caso você se interesse por “Tau” e tenha o desejo de explorar produções que possuam temáticas semelhantes, há diversas opções que podem agradar aos fãs de ficção científica e IA. 

Nesse sentido, tais produções são responsáveis por abordar desde dilemas éticos até mesmo relações entre humanos e máquinas, trazendo narrativas que são envolventes e reflexivas. Abaixo, estão algumas delas: 

  1. Ex Machina (2014) – Um dos filmes mais aclamados sobre Inteligência Artificial, “Ex Machina” tem foco na interação entre um jovem programador e uma robô altamente avançada. A história explora questões filosóficas sobre consciência, identidade e os limites da humanidade;
  2. Jogos Mortais (2004) – Se você gostou do clima de suspense e das armadilhas mortais de “Tau”, Jogos Mortais pode ser uma excelente opção. O filme apresenta um psicopata que coloca suas vítimas em desafios brutais, forçando-as a tomar decisões extremas para sobreviver;
  3. Ela (2013) – Para aqueles que se interessam pela relação entre humanos e máquinas, “Ela” é uma produção que traz uma abordagem mais sensível e também mais romântica. A trama acompanha um homem solitário que desenvolve um forte vínculo emocional com um sistema operacional dotado de IA;
  4. Black Mirror (2011 – presente) – A série antológica Black Mirror apresenta episódios independentes que exploram os impactos da tecnologia no contexto da sociedade moderna. Muitos episódios abordam temas como Inteligência Artificial, vigilância e os perigos do avanço tecnológico descontrolado.
Existem diversas outras opções de conteúdos que possuem enredos ou temáticas parecidos com o que temos em "Tau".
Existem diversas outras opções de conteúdos que possuem enredos ou temáticas parecidos com o que temos em “Tau”. | Foto: DALL-E 3

Vale a pena assistir Tau?

Caso você seja uma pessoa que está em busca de uma experiência cinematográfica intensa e inovadora, “Tau” pode ser uma produção que não consegue atender às suas expectativas. 

O filme parte de uma premissa interessante, mas sua execução deixa a desejar. A trama promete suspense e mistério. Porém, ela não consegue sustentar esses elementos ao longo de toda a narrativa. 

Além disso, o roteiro, pouco desenvolvido e repleto de clichês, impede que a história atinja seu verdadeiro potencial. Da mesma maneira, as atuações são medianas, e os efeitos especiais, longe de impressionantes, prejudicam a imersão do espectador.

Ou seja, se você já assistiu a outros filmes de ficção científica ou suspense psicológico, “Tau” pode parecer apenas uma tentativa frustrada de reunir elementos de produções melhores sem agregar nada que seja realmente novo.

No entanto, para os indivíduos que são fãs de histórias sobre Inteligência Artificial e tecnologia, o filme pode servir como uma opção para passar o tempo. Isso acontece mesmo que se devam colocar algumas ressalvas.

Em última análise, se você gosta de filmes que buscam explorar o futuro da IA e também suas implicações na sociedade, assistir à produção original Netflix “Tau” pode ser uma escolha interessante com o intuito de refletir sobre o impacto dessas inovações.

Logo, que tal dar uma chance e conferir essa história na plataforma de streaming? Nela, acompanhe a jornada de Julia enquanto ela enfrenta Tau, um dos sistemas de inteligência artificial mais avançados e implacáveis do cinema.

Depois, se mantiver o interesse na busca por filmes que tratam sobre temas parecidos, confira outros filmes de Inteligência Artificial e tecnologia para saber ainda mais!

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