Olimpíadas 2024: decisões polêmicas que a tecnologia não ajudou

As Olimpíadas de 2024 em Paris estão sendo um marco na história dos Jogos Olímpicos, trazendo inovações e um compromisso com a igualdade e a sustentabilidade. Apesar disso, nem mesmo o avanço tecnológico está sendo capaz de evitar algumas controvérsias nos resultados das competições. Essa realidade mostra que ainda há desafios a serem superados nesse sentido.

Portanto, neste texto, vamos explorar o contexto das Olimpíadas de Paris 2024, bem como comentar algumas decisões polêmicas que ocorreram durante estes primeiros dias da edição. Além disso, discutiremos as lições aprendidas com esses acontecimentos e também possíveis soluções para esses problemas.

As Olimpíadas de Paris 2024

A edição de 2024 das Olimpíadas tiveram sua abertura em 26 de junho e acontecerão até o dia 11 de agosto, quando ocorre o encerramento dos Jogos. Sendo assim, Paris, uma cidade com um legado olímpico significativo, está sendo a anfitriã do evento pela terceira vez, após as edições de 1900 e 1924.

Desse modo, havia uma expectativa enorme em torno dos Jogos Olímpicos de 2024. Isso se devia a uma série de inovações e compromissos sociais que foram prometidos e tinham o potencial de tornar essa edição algo especial e memorável.

Uma das maiores novidades que aconteceram nessa edição é a paridade de gênero entre os competidores. Pela primeira vez na história, o número de competidores homens e mulheres é igual, com 5.250 atletas de cada gênero.

Portanto, este marco representa um grande avanço na busca por igualdade no contexto do esporte. Ele demonstra o compromisso que os Jogos Olímpicos possuem com a diversidade e inclusão.

Outro aspecto destacado das Olimpíadas de 2024 é seu foco na sustentabilidade. Grande parte da energia que está sendo utilizada durante o evento é proveniente de fontes renováveis.

Juntamente com isso, muitas das instalações esportivas são temporárias. Em outras palavras, foram projetadas para minimizar o impacto ambiental e também garantir que Paris permaneça bela e funcional após os Jogos. Então, este compromisso com a sustentabilidade reflete uma crescente preocupação global com as mudanças climáticas e a necessidade de promover eventos que respeitem o meio ambiente.

Por fim, a cidade de Paris, com seu rico patrimônio histórico e cultural, está oferecendo um cenário espetacular para as competições. Logo, locais emblemáticos como a Torre Eiffel e o rio Sena estão recebendo diversas modalidades. Isso cria uma conexão única entre o passado glorioso da cidade e o presente vibrante dos Jogos Olímpicos.

Alguns resultados polêmicos das Olimpíadas 2024 que a tecnologia não conseguiu ajudar

Mesmo com todo o avanço tecnológico, algumas decisões controversas durante as Olimpíadas de Paris 2024 mostram que a tecnologia ainda não é infalível. Assim, aqui estão alguns exemplos: 

  • Judô: o judoca brasileiro Rafael Macedo perdeu para o francês Maxime-Gael Ngayap Hambou em uma decisão polêmica da arbitragem e ficou sem a medalha de bronze na categoria até 90kg. Houve uma punição ao brasileiro, que deu a vitória ao adversário, mas o sistema oficial do COI não descreveu a punição a Rafael. A resposta aconteceu quase duas horas depois, fazendo com que o técnico Kiko Pereira fosse veementemente contra a decisão, afirmando que a punição apontada não é comum, especialmente em uma decisão de medalha. Em conjunto a isso, ele havia pedido o uso do VAR no momento da punição, mas o árbitro não quis revisar a decisão;
  • Boxe: Luiz Oliveira, o “Bolinha”, perdeu em sua estreia nas Olimpíadas, na categoria até 57kg, para o estadunidense Jahmal Harvey em uma decisão apertada dos juízes de 3 a 2. Esse resultado gerou polêmica, pois Bolinha acertou diversos golpes durante o embate e chegou a desequilibrar o adversário no primeiro round da luta. Apesar dos golpes certos do adversário, o que também chamou atenção foram “os momentos de judô”, onde os lutadores se agarraram e precisaram ser separados pelo árbitro;
  • Outras modalidades: além desses casos específicos, algumas marcações polêmicas da arbitragem aconteceram no tênis. Do mesmo modo, as modalidades com notas subjetivas, como por exemplo ginástica artística, skate, surf e BMX, estão causando revolta entre os torcedores de diversos países. 

Dessa forma, todas essas controvérsias mostram que, mesmo com o avanço e a ajuda da tecnologia, algumas decisões podem continuar questionáveis e suscetíveis a erros dos humanos.

Lições a aprender com esses ocorridos

Os incidentes polêmicos nas Olimpíadas de Paris 2024 oferecem várias lições importantes à organização e à sociedade em geral. Em primeiro lugar, é crucial a transparência nas decisões.

Nesse sentido, todas as decisões, especialmente as controversas, devem ser acompanhadas de explicações claras e imediatas. Isso pode evitar confusões e também questionamentos posteriores.

Paralelamente, mostra a importância da revisão tecnológica. Então, a tecnologia de revisão de vídeo, como o VAR, deve ser disponibilizada e utilizada de forma eficaz para revisar decisões questionáveis. Isso pode garantir mais justiça nas competições.

Além disso, os ocorridos mostram que os árbitros precisam de treinamento contínuo e atualização sobre as regras e o uso das tecnologias. Dessa forma, eles poderão tomar decisões mais precisas e justas. 

Por último, as respostas às perguntas das delegações e aos questionamentos de atletas e torcedores devem ser rápidas e com base em dados claros. Sendo assim, se evitarão longas esperas e frustrações.

O investimento em qualificação dos árbitros pode ser fundamental para que se diminuam as polêmicas nos resultados.
O investimento em qualificação dos árbitros pode ser fundamental para que se diminuam as polêmicas nos resultados. | Foto: DALL-E 3

Como corrigir esses erros

Para corrigir erros e decisões polêmicas nas Olimpíadas, é importante adotar várias abordagens. A Inteligência Artificial pode auxiliar na arbitragem, analisando movimentos em tempo real.

Dessa maneira, sistemas de feedback contínuo para árbitros, com avaliações detalhadas, podem melhorar suas atuações. Em adição, a transparência é essencial, ou seja, todas as decisões devem ser acompanhadas por comunicados oficiais acessíveis ao público.

Assim, comissões independentes de revisão podem garantir imparcialidade nas revisões de decisões. Juntamente com isso, treinamento emocional para árbitros ajudará a lidar com a pressão.

Do mesmo modo, um sistema formal de apelações permitirá contestar decisões rapidamente. Em paralelo, a participação de atletas na formulação de regras e o investimento em novas tecnologias de monitoramento aumentarão a precisão das decisões. Por fim, promover uma cultura de fair play também reduzirá disputas e polêmicas.

Em resumo, as Olimpíadas de Paris 2024 serão lembradas tanto pelo seus avanços em igualdade de gênero e sustentabilidade quanto pelas polêmicas decisões que a tecnologia não conseguiu resolver. Logo, é essencial aprender com esses ocorridos e implementar mudanças significativas para garantir a justiça e a transparência nas competições futuras.

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