O câncer de mama é uma doença grave que afeta milhões de mulheres no Brasil e no mundo. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura e reduzir a mortalidade. No entanto, os métodos tradicionais de detecção do câncer de mama, como a mamografia e o ultrassom, apresentam limitações e desafios. Neste artigo, você vai conhecer uma nova tecnologia que promete revolucionar o diagnóstico do câncer de mama: a águia, uma inteligência artificial que usa imagens de ultrassom para identificar os nódulos suspeitos de serem malignos. Você vai saber o que é a águia, como ela funciona, quais são as suas vantagens e desafios, como ela surgiu e o que esperar para o seu futuro. Enfim, acompanhe a leitura e descubra como a águia pode ser uma grande aliada na luta contra o câncer de mama.
O que é a águia?
A águia é um software de inteligência artificial (IA) que usa imagens de ultrassom para identificar os nódulos suspeitos de serem malignos. A águia é um software desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), que usa algoritmos de aprendizado de máquina para analisar as características dos nódulos e compará-los com um banco de dados de casos anteriores. O software é capaz de dar um resultado para o radiologista. Assim, indicando a probabilidade de o nódulo ser benigno ou maligno. Além de também de explicar o seu raciocínio, mostrando quais partes da imagem foram mais importantes para o seu resultado.
Quais são as vantagens da águia?
A águia é uma tecnologia inovadora e promissora para auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de mama. Portanto, ela pode trazer benefícios para a saúde das mulheres, como:
- Melhorar a qualidade e a confiabilidade do exame de ultrassom, que é um método não invasivo, barato e disponível em muitas regiões do país.
- Reduzir o número de biópsias desnecessárias, que são procedimentos invasivos e dolorosos para confirmar o diagnóstico, evitando o sofrimento e o custo para as pacientes.
- Apoiar os radiologistas na tomada de decisão clínica, fornecendo um resultado e uma explicação baseados em dados e evidências científicas.
- Aumentar as chances de cura e reduzir a mortalidade, ao detectar o câncer de mama em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz.
Quais são os desafios da águia?
A águia também enfrenta alguns desafios e obstáculos, assim como:
- A validação clínica, que requer mais estudos e avaliações para comprovar a eficácia e a segurança do software, e para obter a aprovação dos órgãos reguladores e das sociedades médicas.
- A aceitação dos médicos e das pacientes, que podem ter resistências e desconfianças em relação à tecnologia, ou que podem ter medo de perder o controle ou a humanização do atendimento.
- A ética, a transparência e a responsabilidade do uso da inteligência artificial, que devem respeitar a privacidade e a autonomia das pacientes, e que devem ser monitorados e auditados para evitar erros, vieses e fraudes.
- A qualidade e a padronização dos dados. Afinal eles podem afetar o desempenho e a confiabilidade do software, e que devem seguir normas e protocolos para garantir a integridade e a segurança das informações.
Como funciona a águia?
A águia funciona da seguinte forma:
- Primeiramente, ele recebe uma imagem de ultrassom da mama de uma paciente, que pode ter um nódulo suspeito de ser câncer.
- Em seguida, ele usa uma rede neural convolucional, que é um tipo de inteligência artificial que aprende a reconhecer padrões nas imagens, para analisar o nódulo e extrair as suas características, como forma, tamanho, contorno, textura, etc.
- Em terceiro lugar, ele compara essas características com um banco de dados de casos anteriores, que já foram diagnosticados como benignos ou malignos por biópsia, que é um exame que retira uma amostra do tecido para análise.
- Posteriormente, ele calcula a probabilidade de o nódulo ser benigno ou maligno, baseado nas semelhanças e diferenças com os casos anteriores, e dá um resultado para o radiologista, que é o médico especialista em imagem.
- Quinto, ele também mostra ao radiologista quais partes da imagem foram mais importantes para o seu resultado, usando cores e formas para destacá-las, e explica o seu raciocínio, usando frases simples e claras.
Como surgiu a águia?
A águia surgiu de um projeto de pesquisa que envolveu a colaboração de pesquisadores da USP e do Icesp. Eles se uniram para desenvolver uma solução para o problema do diagnóstico do câncer de mama. Aliás, o projeto contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Microsoft. Nesse sentido, ambos forneceram recursos financeiros e tecnológicos para a realização do estudo.
O projeto também contou com a participação de médicos, enfermeiros, técnicos e pacientes dos hospitais parceiros. Eles contribuíram com os dados, as imagens, os laudos e as biópsias necessários para o treinamento e o teste do software. Aliás, o projeto foi coordenado pelo professor Marcelo Vieira, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, e pelo professor Giovanni Guido Cerri, do Icesp e da Faculdade de Medicina (FM) da USP. O projeto resultou na publicação de um artigo científico na revista Scientific Reports, em dezembro de 2020, e na divulgação de uma reportagem no programa Fantástico, da Rede Globo, em janeiro de 2021.
O que esperar para o futuro dessa IA?
O futuro da águia é promissor e desafiador. Essa tecnologia pode trazer benefícios para a saúde das mulheres, ao melhorar o diagnóstico e a prevenção do câncer de mama. A águia pode aumentar a precisão e a sensibilidade do exame de ultrassom, reduzir o número de biópsias desnecessárias e apoiar os radiologistas. Além de ser uma alternativa acessível e de baixo custo para a mamografia. No entanto, essa tecnologia também enfrenta alguns obstáculos. Assim como a validação clínica, a aceitação dos médicos e das pacientes, a ética, a transparência e a responsabilidade do seu uso. Além da qualidade e a padronização dos dados.
Os pesquisadores que desenvolveram a águia esperam que ela acabe disponibilizada para uso clínico em breve. Porém, ainda há muito trabalho para garantir o seu sucesso e o seu impacto positivo na sociedade. Decerto, a águia é uma tecnologia que pode salvar vidas. Além de reduzir custos e melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com o câncer de mama. Mas ela também requer cuidados e precauções para garantir o seu uso seguro, benéfico e justo. A águia é uma inteligência artificial que pode voar alto, mas que também precisa de orientação e supervisão humana.
