O Apple Vision, lançado como um dos dispositivos mais ambiciosos da Apple nos últimos anos, rapidamente se tornou centro de discussões intensas entre entusiastas de tecnologia e consumidores comuns.
Nesse sentido, a promessa era revolucionar a forma como interagimos com a realidade aumentada e virtual, entregando uma experiência imersiva, com altíssima qualidade visual e integração com o ecossistema da empresa.
Apesar disso, surgem relatos crescentes de usuários que estão arrependidos de terem comprado o aparelho. Entre eles, temos críticas contundentes que questionam a real utilidade e o custo-benefício do aparelho.
Tal situação acende um alerta não apenas para a marca, mas para o mercado de tecnologia como um todo, que observa com atenção o impacto dessa polêmica no futuro dos objetos vestíveis.
Logo, neste artigo, iremos explorar se os usuários se arrependem de ter comprado o Apple Vision, bem como elencar os motivos para essa polêmica. Juntamente com isso, pensaremos o que a empresa pode fazer em relação a ela e também listaremos algumas lições a aprender com a mesma. Por fim, iremos discutir se vale a pena acompanhar os próximos momentos desse contexto.
Os usuários se arrependem de ter comprado o Apple Vision?
O Apple Vision foi apresentado como o futuro da computação espacial, um salto gigantesco no campo dos dispositivos vestíveis. Sendo assim, com um preço inicial de US$3.500 (cerca de R$19.822), o aparelho chegou ao mercado com grande expectativa.
Porém, também possui um valor considerado proibitivo para muitos consumidores. Em tal sentido, a Apple apostou em um público premium, mais restrito, que estaria disposto a pagar caro por um produto inovador e exclusivo.
Mas, passados alguns meses desde o início das vendas, relatos vindos de fontes como o Wall Street Journal e fóruns especializados indicam uma realidade bem menos promissora: muitos compradores afirmam que não utilizam o Apple Vision no dia a dia e que, se pudessem voltar atrás, não fariam novamente o investimento.
Pesquisa revela insatisfação
Segundo apuração do Wall Street Journal, uma pesquisa com usuários do Apple Vision revelou que a maioria se arrependeu da compra. O motivo principal: a baixa utilidade do dispositivo na rotina.
Embora tecnicamente impressionante, o aparelho parece ter falhado em se tornar algo essencial. Ou seja, ele é mais uma curiosidade tecnológica do que uma ferramenta indispensável. Desse modo, muitos donos acabaram vendo o produto como um gadget caro e subutilizado.
Motivos para essa polêmica sobre o Apple Vision
Peso excessivo incomoda no uso prolongado
Um dos pontos mais citados nas reclamações é o peso elevado do Apple Vision. Com cerca de 600 a 650 gramas, o dispositivo rapidamente se torna desconfortável após poucos minutos de uso. Isso ocorre porque a maior parte do peso está concentrada na parte frontal, exigindo esforço adicional dos músculos do pescoço e da cabeça.
Usuários relatam dores no pescoço, fadiga visual e desconforto físico, o que torna o uso contínuo inviável para muitas pessoas. Esse fator, por si só, compromete a proposta de imersão prolongada que a Apple vendeu na apresentação do produto.
Tempo de inicialização e usabilidade frustrantes
Outro ponto crítico está no tempo de inicialização do dispositivo. Em comparação com outros óculos de realidade aumentada ou mista, o Vision demora mais para iniciar, o que desestimula o uso frequente e imediato. Para um produto que deveria ser intuitivo e eficiente, essa lentidão se torna um obstáculo real.
Além disso, a interface e a adaptação do sistema operacional ao novo formato ainda deixam a desejar. Muitos aplicativos tradicionais não têm versão otimizada para o Vision Pro, e a navegação, embora inovadora, pode ser confusa em alguns momentos.
Bateria externa atrapalha a mobilidade
Ao contrário do que se espera de um dispositivo vestível de última geração, o Apple Vision depende de uma bateria externa que precisa ser conectada ao usuário por meio de um cabo. Essa escolha, feita para tentar aliviar o peso do óculos, acaba criando outro incômodo: mobilidade limitada e uma experiência fragmentada.
Paralelamente, a presença dessa bateria externa compromete a liberdade de movimento, além de gerar desconforto em atividades mais dinâmicas. Na prática, o usuário se vê preso a um acessório que deveria ser libertador.
Desvalorização no mercado secundário
Combinando todos os fatores citados, muitos compradores optaram por revender o Apple Vision. No entanto, encontraram um novo problema: o aparelho desvalorizou de maneira significativa no mercado de usados.
Em diversas plataformas, ele está sendo negociado por valores próximos de US$1.900 (aproximadamente R$10.760), o que representa uma queda de 46% em relação ao valor original cobrado pela Apple.
Tal depreciação acentuada é rara para produtos da Apple, que costumam manter preços altos mesmo após o uso. Isso reforça o sentimento de frustração entre os compradores e indica que a reputação do Vision Pro está longe de ser positiva.
O que a Apple pode fazer em relação a essa polêmica do Apple Vision?
Diante das críticas, a Apple já trabalha em duas novas versões do Vision: uma de próxima geração com melhorias significativas e outra mais acessível, voltada a um público mais amplo. Apesar disso, não há previsão oficial de lançamento desses dispositivos.
Sendo assim, analistas de mercado acreditam que a Apple deve focar em reduzir o peso do vestível, melhorar a interface do sistema operacional, ampliar a compatibilidade de aplicativos e eliminar a necessidade de uma bateria externa. Todos esses pontos são vistos como cruciais para garantir a aceitação do próximo modelo.
Melhor comunicação sobre as limitações do produto
Outro aspecto que a Apple pode rever é sua estratégia de marketing e comunicação. Muitos consumidores sentiram-se enganados ao perceber que o produto final não correspondia às expectativas criadas nas campanhas de divulgação. Ser mais transparente sobre os usos reais e as limitações práticas do dispositivo pode ser uma maneira de reconquistar a confiança do público.
Investimento em parcerias e conteúdos exclusivos
Assim como fez com o Apple Watch e o Apple TV+, a Apple pode buscar parcerias com desenvolvedores, criadores de conteúdo e empresas de mídia para oferecer experiências exclusivas no Vision. O sucesso do produto depende, em grande parte, da utilidade que ele pode oferecer além da tecnologia. Conteúdos imersivos, jogos interativos, aplicativos de produtividade e integração com serviços de streaming podem ser caminhos promissores.

Lições a aprender sobre a polêmica do Apple Vision
A inovação precisa de usabilidade
O caso do Apple Vision mostra que, mesmo com grande inovação tecnológica, um produto pode fracassar se não for prático e confortável. Não basta ter telas de altíssima resolução ou sensores de última geração. Adicionalmente, é necessário que o uso no cotidiano seja viável e que o dispositivo resolva um problema real ou crie uma nova necessidade.
Preço e expectativa devem estar alinhados
Ao cobrar um valor tão elevado pelo aparelho, a Apple elevou demais as expectativas dos consumidores. Nesse sentido, o mínimo esperado por quem investe US$3.500 em um vestível é excelência em todos os aspectos. Quando isso não ocorre, a frustração é inevitável. Dessa forma, a empresa precisa aprender a equilibrar inovação e experiência do usuário com precificação justa.
O ecossistema precisa evoluir junto
O Vision é um produto que depende de um ecossistema preparado para suportá-lo. Isso inclui aplicativos adaptados, integração com outros dispositivos Apple e uma base de desenvolvedores comprometida. Sem esse suporte, o dispositivo perde grande parte de seu valor agregado. Logo, a lição aqui é clara: lançar um hardware sem o software necessário é um risco enorme.
Vale a pena acompanhar os próximos momentos do Apple Vision antes de considerar a compra?
Ainda que o Apple Vision Pro tenha decepcionado muitos compradores iniciais, é possível que futuras versões do produto tragam melhorias significativas. Em outras palavras, a tecnologia ainda está em seus primeiros passos, e a Apple tem histórico de transformar inovações iniciais em sucessos absolutos, como aconteceu com o iPhone e o Apple Watch.
Portanto, para quem ainda não comprou o dispositivo, o ideal é esperar os próximos lançamentos e atualizações antes de investir um valor tão alto em um produto que ainda não se consolidou.
Tendência ou fracasso temporário?
O Apple Vision Pro pode estar enfrentando um início turbulento. Entretanto, ainda é cedo para decretar o fracasso do produto. Isso se deve ao fato de que a Apple costuma fazer ajustes importantes após feedbacks negativos e já mostrou capacidade de transformar críticas em oportunidades de melhoria.
Sendo assim, os próximos meses (e principalmente os próximos lançamentos) serão decisivos para sabermos se o Apple Vision encontrará seu lugar no mercado ou será lembrado como uma aposta ousada que não deu certo.
Em resumo, o Apple Vision gerou entusiasmo inicial. Porém, ele decepcionou muitos usuários devido a aspectos como o alto preço, peso, usabilidade limitada e rápida desvalorização. Nesse sentido, apesar das tentativas da Apple em corrigir os problemas, o impacto foi negativo.
Logo, se você pensa em comprar, avalie futuras atualizações e se o produto atende às suas necessidades. Ainda está em dúvida? Então, acompanhe as análises e atualizações sobre o dispositivo para tomar a melhor decisão antes de investir no Apple Vision.