Centauro expõe dados de clientes por falha de segurança. Veja!

Na tarde da última quinta-feira (3 de julho de 2025), uma falha de segurança envolvendo o site da Centauro chamou a atenção de milhares de consumidores brasileiros. Em tal sentido, o incidente expôs dados sensíveis de clientes da plataforma de e-commerce, incluindo informações como nome completo, endereços, dados de pagamento e até histórico de compras. 

Desse modo, a vulnerabilidade rapidamente viralizou nas redes sociais, com diversos usuários relatando que conseguiam acessar contas de terceiros apenas com informações básicas como CPF, CNPJ e e-mail, utilizando senhas genéricas. 

A gravidade da situação levou ao bloqueio temporário do site e do aplicativo da varejista, que exibiram por algumas horas a mensagem “acesso negado”. Com isso, o episódio levanta uma série de questões importantes sobre cibersegurança, responsabilidade corporativa e o cuidado com os dados pessoais dos consumidores. Ou seja, coloca a empresa no centro de um debate necessário e urgente.

Logo, neste artigo, iremos entender o contexto da falha de segurança que expôs dados de clientes da Centauro, bem como apresentar a declaração da empresa sobre ele. Em conjunto a isso, exploraremos possíveis impactos do mesmo e também discutiremos se a marca poderia ter evitado o ocorrido. Por último, iremos listar algumas lições que podem ser aprendidas com ele.

Entenda o contexto da falha de segurança que expôs dados de clientes da Centauro

O que aconteceu exatamente?

Segundo os relatos, ao tentarem realizar login na plataforma da Centauro, diversos usuários se depararam com telas contendo informações pessoais de outras pessoas. Em outras palavras, nomes completos, e-mails, endereços residenciais, pedidos recentes e até dados parciais de cartão de crédito estavam visíveis.

Juntamente com isso, muitas vezes bastava digitar o CPF e uma senha genérica para acessar contas alheias. Vale ressaltar que a falha técnica afetou simultaneamente o site e o aplicativo da rede varejista. Ou seja, comprometeu não só a segurança das informações como também a experiência de compra.

Diante da gravidade da situação, a empresa optou por tirar todo o e-commerce do ar como uma medida emergencial. Sendo assim, quem tentava acessar a plataforma se deparava com a mensagem “acesso negado”, e o sistema permaneceu indisponível por várias horas.

Como os consumidores reagiram?

A reação foi imediata e carregada de indignação. Nesse sentido, usuários recorreram ao X (antigo Twitter), Instagram e TikTok com o intuito de relatar o ocorrido, alertar outros consumidores e cobrar respostas. 

Paralelamente, muitos destacaram o risco de fraude e roubo de identidade decorrente da exposição dos dados. Ademais, especialistas em segurança digital e influenciadores do setor também repercutiram o caso. Tal contexto pressionou a Centauro por explicações públicas e medidas corretivas urgentes para evitar novos episódios.

A declaração da Centauro sobre esse contexto

O que diz a nota oficial?

Na declaração divulgada, o Grupo SBF (responsável pela Centauro) reconheceu que “a plataforma da Centauro apresentou instabilidades temporárias que impactaram o funcionamento do site e do aplicativo da marca”. 

É importante destacar que a empresa afirmou que, assim que identificou a falha, adotou medidas corretivas no intuito de proteger os dados dos usuários e retomar o funcionamento regular dos serviços.

Por volta das 18h30 do mesmo dia, o site voltou ao ar, com os sistemas aparentemente estabilizados e seguros. Em adição, a nota oficial enfatizou ainda que a companhia “preza pela segurança de seus clientes e está conduzindo uma análise técnica minuciosa para entender a origem do incidente e evitar recorrências”.

A resposta foi suficiente?

Para alguns especialistas em segurança digital, a resposta da Centauro foi considerada insuficiente. Apesar da agilidade na retomada dos serviços, a comunicação foi vista como genérica e pouco esclarecedora. Isso se deve ao fato de que a empresa não detalhou a causa da falha nem forneceu garantias claras sobre os dados comprometidos.

Da mesma maneira, outro ponto criticado é a ausência de um comunicado individual aos consumidores afetados, que é uma medida prevista na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Sendo assim, a falta de um plano transparente de redução e de orientações específicas aos usuários expostos gera desconfiança e levanta questionamentos sobre a real maturidade da empresa no tratamento de incidentes de cibersegurança.

Possíveis impactos desse ocorrido da Centauro

Impactos para os consumidores

Os usuários que tiveram seus dados expostos enfrentam riscos reais e imediatos. Em outras palavras, informações como por exemplo nome completo, CPF, endereço, e dados parciais de pagamento podem ser utilizadas por golpistas para realizar compras fraudulentas, abrir contas bancárias, contratar serviços em nome de terceiros ou até aplicar golpes mais sofisticados de engenharia social. 

Tais situações podem ser responsáveis por gerar prejuízos financeiros diretos e também exigir tempo e esforço das vítimas para resolver os problemas causados. Além do risco prático, há também o impacto emocional. 

Nesse sentido, muitos consumidores relataram sensação de vulnerabilidade, insegurança digital e perda de confiança na Centauro. Desse modo, esse tipo de abalo pode afetar o comportamento de compra no curto e longo prazo, com clientes buscando alternativas mais seguras no mercado.

Impactos para a Centauro

Para a empresa, os prejuízos extrapolam o abalo reputacional. A LGPD estabelece que empresas são responsáveis por proteger os dados dos usuários e podem ser penalizadas em caso de negligência. 

Com isso, as multas podem chegar a até 2% do faturamento anual da companhia, limitado a R$50 milhões por infração. Em conjunto a isso, a Centauro pode enfrentar ações judiciais individuais ou coletivas movidas por clientes prejudicados.

Já no campo do marketing, a crise pode gerar desconfiança em novos clientes e prejudicar o desempenho da marca em campanhas de e-commerce. Isso deve ocorrer especialmente em datas promocionais importantes como a Black Friday.

A Centauro poderia ter evitado essa falha de segurança?

Falta de testes adequados?

Especialistas em segurança digital avaliam que a falha que foi observada na plataforma da Centauro é sintomática da ausência (ou insuficiência) de testes de segurança que sejam muito rigorosos antes da implementação de atualizações no sistema. 

Dessa forma, em muitos casos, novas funcionalidades são colocadas no ar com foco apenas em desempenho e usabilidade, deixando de lado auditorias técnicas criteriosas que poderiam identificar brechas de segurança. Tal negligência pode expor não apenas dados dos usuários, mas também a própria integridade da infraestrutura digital da empresa.

Protocolos de segurança defasados?

Outro ponto de atenção é a aparente fragilidade dos protocolos de autenticação e de criptografia que são adotados. Em outras palavras, a facilidade com que os usuários conseguiram acessar contas alheias usando apenas CPFs e senhas genéricas levanta dúvidas sobre a existência de camadas adicionais de proteção, como por exemplo autenticação em dois fatores (2FA) ou criptografia de ponta a ponta dos dados sensíveis.

Falta de transparência com o consumidor

Juntamente com as falhas técnicas, o episódio revela uma fragilidade na comunicação com o cliente. Em tal sentido, a demora na divulgação do ocorrido e o uso de uma linguagem genérica e evasiva na nota oficial são indicativos de uma postura pouco transparente. Logo, em tempos de LGPD, a omissão de informações claras pode ser responsável por agravar ainda mais os impactos legais e reputacionais da crise.

A Centauro podia ter adotado várias medidas que evitariam essa falha de segurança.
A Centauro podia ter adotado várias medidas que evitariam essa falha de segurança. | Foto: DALL-E 3

Lições a aprender com a situação da Centauro

Reforço em políticas de cibersegurança

A principal lição aqui é a importância de uma política de uma cibersegurança que seja tanto sólida quanto constantemente atualizada. Isso inclui auditorias técnicas regulares, testes de intrusão, utilização de criptografia forte e autenticação multifatorial.

Treinamento de equipes

Muitas vezes, falhas humanas também contribuem para vulnerabilidades de sistemas. Por isso, é essencial investir no treinamento contínuo de equipes técnicas e administrativas, pois isso garante que todos estejam preparados para lidar com situações emergenciais.

Comprometimento com a LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados não deve ser encarada apenas como uma exigência burocrática, mas como uma diretriz de boas práticas. Em outras palavras, as empresas precisam adotar um compromisso genuíno com a privacidade do consumidor, incluindo comunicação clara, rápida e responsável em caso de incidentes.

A importância da confiança do consumidor

Por fim, toda marca deve entender que confiança é um dos pilares do relacionamento com o cliente. Recuperar a credibilidade após um escândalo de segurança não é tarefa fácil. Da mesma forma, exige ações práticas, retratações, compensações e uma postura ética que vá além da nota oficial.

Em suma, o incidente envolvendo a Centauro e a exposição de dados de clientes por falha de segurança levanta questões profundas sobre privacidade, responsabilidade corporativa e as obrigações impostas pela LGPD. A falha mostrou como vulnerabilidades técnicas podem rapidamente se transformar em crises reputacionais e jurídicas, com impacto direto no consumidor. 

Mais do que corrigir a falha, a Centauro terá que se comprometer com uma transformação estrutural na forma como lida com dados e segurança digital. Que este caso sirva de exemplo para outras empresas e, sobretudo, um alerta aos consumidores sobre a importância da proteção de seus dados no ambiente digital.

Portanto, fique atento e exija transparência das empresas que lidam com seus dados. Saiba mais sobre o tema e entenda os desdobramentos possíveis quando casos como o da Centauro acontecem.

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