Chip cerebral capaz de curar TOC e epilepsia. Entenda!

Você já imaginou ter um chip no seu cérebro que pudesse controlar as suas crises epilépticas ou os seus comportamentos obsessivos? Parece ficção científica, mas essa é a realidade de uma americana de 34 anos, que foi a primeira pessoa do mundo a se curar de epilepsia e transtorno obsessivo compulsivo (TOC) com a ajuda de um implante cerebral.

O dispositivo é um chip cerebral que funciona a partir de Inteligência Artificial (IA) e vêm mostrando resultados incríveis. A vida da americana, por exemplo, foi transformada.

Neste artigo, você vai entender como funciona esse chip revolucionário, quais são os seus benefícios e desvantagens, e como ele pode mudar a vida de milhões de pessoas que sofrem dessas doenças.

O que é epilepsia e TOC?

A epilepsia é uma doença neurológica crônica que se caracteriza por crises convulsivas recorrentes, causadas por uma descarga elétrica anormal no cérebro. As crises podem se manifestar de diferentes formas, desde movimentos involuntários dos músculos, perda de consciência, alterações sensoriais, até alucinações e confusão mental. A epilepsia pode ter diversas causas, como lesões cerebrais, infecções, tumores, fatores genéticos, entre outras. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas no mundo têm epilepsia, sendo a doença neurológica mais comum depois do acidente vascular cerebral (AVC).

O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é uma doença psiquiátrica que se caracteriza por pensamentos intrusivos e repetitivos (obsessões) que geram ansiedade e medo, e por comportamentos ou rituais compulsivos que visam aliviar essa ansiedade (compulsões). As obsessões podem estar relacionadas a temas como limpeza, contaminação, simetria, religião, sexualidade, entre outros. As compulsões podem envolver lavar as mãos, verificar portas e janelas, contar objetos, rezar, etc. O TOC pode afetar a qualidade de vida, o desempenho escolar ou profissional, e os relacionamentos sociais e familiares das pessoas que sofrem com o transtorno. Segundo a OMS, cerca de 2% da população mundial tem TOC, sendo a quarta doença psiquiátrica mais frequente depois da depressão, do alcoolismo e da fobia social.

Como é o tratamento convencional para epilepsia e TOC?

O tratamento convencional para epilepsia e TOC envolve o uso de medicamentos específicos, que visam controlar os sintomas das doenças. No caso da epilepsia, os medicamentos são chamados de anticonvulsivantes ou antiepilépticos, e atuam reduzindo a excitabilidade das células nervosas do cérebro, prevenindo as crises. No caso do TOC, os medicamentos são chamados de antidepressivos ou ansiolíticos, e atuam aumentando a disponibilidade de neurotransmissores como a serotonina, que estão relacionados ao humor e ao bem-estar. Além dos medicamentos, o tratamento para epilepsia e TOC também pode incluir terapias psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental, que visa modificar os padrões de pensamento e comportamento que estão associados às doenças.

No entanto, nem todos os pacientes respondem bem ao tratamento convencional, podendo apresentar efeitos colaterais, resistência aos medicamentos, ou não alcançar uma remissão satisfatória das crises ou dos sintomas obsessivo-compulsivos. Nesses casos, pode-se recorrer a outras alternativas, como a cirurgia, a dieta cetogênica, ou a estimulação elétrica transcraniana. A cirurgia consiste em remover a parte do cérebro que é responsável pelas crises ou pelos comportamentos obsessivos, mas pode ter riscos de lesão cerebral, infecção, sangramento, ou perda de funções cognitivas.

A dieta cetogênica consiste em restringir o consumo de carboidratos e aumentar o consumo de gorduras, o que pode alterar o metabolismo cerebral e reduzir as crises, mas pode ter efeitos adversos como perda de peso, colesterol alto, pedras nos rins, entre outros. A estimulação elétrica transcraniana consiste em aplicar uma corrente elétrica de baixa intensidade sobre o couro cabeludo, o que pode modular a atividade cerebral e melhorar os sintomas, mas pode ter efeitos colaterais como dor de cabeça, tontura, irritação, entre outros.

Como funciona o chip cerebral que cura epilepsia e TOC?

O chip cerebral que cura epilepsia e TOC é um dispositivo do tamanho de um band-aid que monitora continuamente a atividade cerebral e libera impulsos elétricos quando detecta os gatilhos das convulsões ou do comportamento obsessivo. O dispositivo é colocado cirurgicamente no crânio do paciente, sobre a região cerebral que está relacionada à doença, e conectado a um gerador que fica sob a pele.

Inteligência Artificial (IA)

O chip usa um algoritmo de inteligência artificial para analisar os sinais elétricos do cérebro e identificar os padrões anormais que precedem as crises ou as compulsões. Quando o chip detecta esses padrões, ele envia um estímulo elétrico para o cérebro, que interrompe o processo e previne a manifestação dos sintomas. O chip também se adapta às necessidades e às respostas do paciente, ajustando a intensidade e a frequência dos estímulos. O paciente recebe um controle remoto e pode ligar ou desligar o chip, ou alterar os parâmetros dos estímulos, de acordo com a sua dor ou necessidade.

O chip é chamado de sistema de neuroestimulação responsivo, e foi fabricado por uma empresa da Califórnia chamada NeuroPac. O chip é semelhante a outros dispositivos de estimulação cerebral profunda que são usados para tratar doenças como Parkinson, distonia, dor crônica, depressão, entre outras. A diferença é que o chip de neuroestimulação responsivo é mais personalizado e adaptativo, pois ele responde aos padrões cerebrais do paciente em tempo real, e não precisa de uma programação prévia. O chip também é mais discreto e menos invasivo, pois ele é menor e não requer fios externos.

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Conheça o caso da primeira pessoa a se curar com o uso do dispositivo. Imagem: DALL-E 3.

Quem foi a primeira pessoa a se curar com o chip cerebral?

A primeira pessoa a se curar com o chip cerebral foi uma americana de 34 anos, chamada Amber Pearson, que sofria de epilepsia e TOC extremos. Amber tinha crises epilépticas desde os 16 anos, e desenvolveu TOC aos 25 anos, depois de um trauma. Amber tinha compulsões por lavar as mãos até sangrar, verificar o fogão e o ferro de passar várias vezes, contar os degraus da escada, entre outras. Ela também tinha obsessões por contaminação, doenças, morte e religião.

A americana tomava vários medicamentos para controlar as suas doenças, mas não tinha melhora significativa. Ela chegou a tentar a cirurgia, mas não foi possível remover toda a área afetada do seu cérebro, pois ela estava próxima ao centro da fala. Aliás, ela também tentou a estimulação elétrica transcraniana, mas não teve efeito. Com isso, ela estava desesperada e sem esperança, até que soube de um estudo clínico que estava testando o chip de neuroestimulação responsivo em pacientes com epilepsia e TOC.

Assim, ela se inscreveu para o estudo e acabou selecionada para o implante em março de 2019, no Hospital Universitário de Oregon, nos Estados Unidos. Ela foi a primeira paciente a receber o chip para as duas doenças, e os resultados foram surpreendentes. Após o implante, Amber disse que se sentiu livre do TOC, e que as suas compulsões e obsessões desapareceram.

A americana também disse que as suas crises epilépticas ficaram mais controladas, e que ela conseguiu reduzir os medicamentos. Ela disse que o chip mudou a sua vida, e que ela se sente mais feliz e confiante. Ela disse que o chip mudou a sua vida, e que ela se sente mais feliz e confiante.

Quais são os benefícios do chip cerebral?

Os benefícios do chip de neuroestimulação responsivo variam de acordo com a doença ou condição tratada, mas de forma geral, eles podem incluir:

  • Redução significativa e duradoura da dor na região afetada pela doença;
  • Melhora na capacidade da realização de atividades diárias, como andar, escrever, comer, se vestir, etc;
  • Redução do uso de medicações para dor ou para controlar os sintomas da doença, o que pode diminuir os efeitos colaterais e os custos do tratamento;
  • O tratamento é reversível e não causa lesão de estruturas neurológicas. Ou seja, pode ser desligado ou removido se necessário;
  • O paciente recebe um controle remoto e pode ajustar a intensidade do estímulo de acordo com a sua dor ou necessidade;
  • O implante pode melhorar os sinais motores da doença de Parkinson, como o tremor, a lentidão dos movimentos, a rigidez, os movimentos involuntários causados pela medicação ;
  • O implante pode melhorar os movimentos involuntários distônicos e por consequência, a postura corporal deformada pela distonia;
  • Pode melhorar o tremor essencial e outros tremores, dando ao paciente maior autonomia e independência para realizar suas atividades diárias;
  • Pode melhorar os sintomas severos do transtorno obsessivo compulsivo, como as compulsões, as obsessões, a ansiedade e o isolamento social;
  • O implante pode melhorar os sintomas severos da síndrome de Gilles de la Tourette. Diminuindo as vocalizações, os tiques motores, a agressividade e a baixa autoestima;
  • Pode melhorar os casos de depressão severa, que não apresentem melhora com as medicações disponíveis, psicoterapia, e estimulação elétrica transcraniana;
  • Também pode reduzir ou eliminar as crises epilépticas e os comportamentos obsessivos causados pela epilepsia .

Portanto, o chip cerebral pode trazer uma melhora significativa na qualidade de vida, no bem-estar, e na funcionalidade dos pacientes que sofrem de epilepsia, TOC, e outras doenças neurológicas ou psiquiátricas.

Quais são as desvantagens do chip cerebral?

Apesar dos benefícios, o chip cerebral de neuroestimulação responsivo também pode ter algumas desvantagens, como:

  • O implante requer uma cirurgia invasiva para colocar os eletrodos no crânio e o gerador sob a pele. Isso pode ter riscos de infecção, sangramento, lesão cerebral ou rejeição do material.
  • Pode causar efeitos colaterais indesejados, como depressão, ansiedade, confusão, dor, rouquidão, tosse, alterações na memória, na fala ou na visão, dependendo da região cerebral estimulada.
  • Pode não ser eficaz para todos os pacientes. Assim, é possível ter uma redução gradual no benefício ou não produzir um impacto significativo na remissão das crises ou na qualidade de vida.
  • O implante é caro, variando entre R$40 mil e R$200 mil na rede privada. Ademais, pode não estar disponível na rede pública para todas as doenças ou condições que se beneficiam da neuroestimulação.
  • O implante pode exigir ajustes frequentes nas consultas médicas, para regular a intensidade e a frequência dos estímulos de acordo com as necessidades do paciente.

Assim, o chip cerebral tem algumas limitações e desafios. Aliás, esses impasses devem ser considerados pelos pacientes e médicos antes de optar pelo tratamento.

Como é o futuro do chip cerebral?

O chip cerebral de neuroestimulação responsivo é uma tecnologia inovadora e promissora. Decerto, pode revolucionar o tratamento de epilepsia, TOC, e outras doenças neurológicas ou psiquiátricas. No entanto, ainda há muito a ser pesquisado e aprimorado, para que o chip possa ser mais seguro, eficaz, acessível, e personalizado para cada paciente. Alguns dos desafios e das perspectivas para o futuro do chip cerebral são:

  • Ampliar o número de pacientes que se beneficiam do implante, incluindo quem tem doenças mais raras ou complexas, ou que não respondem aos tratamentos convencionais;
  • Reduzir o custo e a complexidade do implante, tornando-o mais acessível e disponível para a população, especialmente nos países em desenvolvimento;
  • Melhorar o design e o material do implante, tornando-o mais discreto, confortável, e durável, e evitando possíveis complicações ou rejeições;
  • Aperfeiçoar o algoritmo de inteligência artificial do implante, tornando-o mais preciso, rápido, e adaptativo, e evitando possíveis erros ou falhas;
  • Explorar novas possibilidades e aplicações do implante. Ou seja, a comunicação entre o cérebro e dispositivos externos, a restauração de funções sensoriais ou motoras perdidas. Além disso, o dispositivo proporciona a melhoria de habilidades cognitivas ou emocionais.

Chip enquanto inovação

Sobretudo, o dispositivo é revolucionário e de extrema importância – para os pacientes e para a medicina, no geral. Isto é, com o surgimento do chip e seus resultados assertivos podemos combater estigmas. Afinal, isso mostra que o transtorno pode ser um distúrbio no cérebro em vez de apenas uma condição psicológica.

Para o futuro podemos esperar o chip cerebral se tornando uma ferramenta cada vez mais poderosa e versátil. O dispositivo, de fato, transforma a vida de milhões de pessoas com condições específicas.

Enfim, neste artigo, você aprendeu como funciona o chip cerebral, quais são os seus benefícios e desvantagens, e como ele pode mudar vidas. Você também conheceu a história da primeira pessoa a se curar com o chip cerebral, e como é o futuro dessa tecnologia.

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