Você já ouviu falar sobre créditos de carbono? Com foco em um futuro sustentável, esses ativos estão em alta e além de serem uma ótima alternativa para o planeta – pois compensam os gases tóxicos na atmosfera – eles estão prestes a se tornar uma alternativa rentável para investimentos.
Isso porque a principal bolsa de valores do Brasil, a B3, está desenvolvendo uma bolsa exclusiva para os créditos de carbono. Neste artigo, iremos mergulhar no universo desses créditos para entender seu funcionamento e descobrir o que muda com a bolsa da B3.
O que são créditos de carbono?
Em resumo, são ativos que representam a redução ou a remoção de gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera. Eles podem ser negociados em mercados voluntários ou regulados, dependendo das regras e dos padrões de cada país ou região. Aliás, a negociação de créditos de carbono é uma forma de incentivar o desenvolvimento de projetos que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas. Dessa forma, é possível gerar benefícios ambientais, sociais e econômicos para as comunidades locais e para o planeta.
B3?
A B3 é a principal bolsa de valores do Brasil e surgiu em 2017, a partir da fusão entre a BM&FBOVESPA e a Cetip. Essas duas instituições eram as maiores do mercado financeiro brasileiro e ofereciam serviços de negociação, registro, custódia, compensação e liquidação de ativos e derivativos.
A fusão entre a BM&FBOVESPA e a Cetip teve como objetivo criar uma empresa mais forte, competitiva e integrada, capaz de atender às demandas dos clientes e da sociedade, além de contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais e da economia brasileira.
A B3 é o resultado de um longo processo de evolução e consolidação das bolsas de valores no Brasil, que começou em 1890, com a fundação da Bolsa Livre por Emílio Rangel Pestana. Ao longo dos anos, diversas fusões, aquisições e parcerias foram realizadas, até que em 2006, a Bovespa incorporou todas as outras bolsas de valores do país, tornando-se a única bolsa de ações brasileira. Em 2008, a Bovespa se uniu à BM&F, que era a principal bolsa de derivativos do país, formando a BM&FBOVESPA.
Como funciona o mercado de créditos de carbono no Brasil?
No Brasil, o mercado de créditos de carbono ainda é incipiente, mas tem um grande potencial de crescimento, dada a riqueza e a diversidade de recursos naturais e de projetos ambientais no país. Um dos produtos que já existe no mercado nacional é o Crédito de Descarbonização (CBIO), que é um instrumento criado pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) para incentivar a produção e o consumo de biocombustíveis no Brasil. Cada CBIO corresponde a uma tonelada de CO2 evitado e pode ser comprado pelos distribuidores de combustíveis fósseis para cumprir suas metas anuais de descarbonização, estabelecidas pelo governo brasileiro.
No entanto, o CBIO é apenas um dos tipos de créditos de carbono que existem no mundo. Há outros tipos, como os provenientes de projetos de conservação florestal, agricultura de baixo carbono, energia renovável, entre outros, que também podem ser negociados em mercados internacionais, como o Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS), o maior mercado de carbono do mundo.
Qual é a novidade da B3 sobre créditos de carbono?
Para ampliar a oferta e a demanda de créditos de carbono no Brasil, a B3, a principal bolsa de valores do país, anunciou recentemente uma parceria com a AirCarbon Exchange (ACX), de Cingapura, para lançar uma plataforma de negociação de créditos de carbono de outros tipos, além do CBIO. A plataforma da ACX Brasil está prevista para o primeiro trimestre de 2024 e visa aproximar compradores internacionais de créditos de carbono de importantes players brasileiros, além de adicionar uma camada de integridade na cadeia de negociação deste produto para adequada formação de preço.
Quais são as vantagens de uma bolsa exclusiva para créditos de carbono?
A criação de uma bolsa exclusiva para créditos de carbono da B3 pode trazer diversas vantagens para o mercado de carbono no Brasil, como:
- Aumentar a oferta e a demanda de créditos de carbono de diferentes tipos e origens, gerando mais liquidez e competitividade para esse mercado.
- Facilitar o acesso e a transparência das informações sobre os projetos que geram os créditos de carbono. Isto é, garantindo mais qualidade e confiabilidade para os compradores e vendedores.
- Aproximar os players brasileiros de créditos de carbono dos compradores internacionais, que buscam compensar suas emissões e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
- Incentivar o desenvolvimento de projetos de redução ou remoção de emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Gerando, assim, benefícios ambientais, sociais e econômicos para o país.
- Utilizar a tecnologia blockchain para proporcionar segurança, rastreabilidade, transparência e confiabilidade das transações, evitando a duplicidade de créditos.
Futuro da bolsa de valores da B3
O futuro da bolsa de créditos da B3 é incerto, mas pode trazer oportunidades e desafios para o mercado de carbono no Brasil. Nesse sentido, existem alguns fatores que influenciam o sucesso dessa iniciativa:
- A demanda por créditos de carbono;
- A oferta dos créditos;
- A regulação do mercado de carbono, que depende das decisões políticas e regulatórias dos países e das organizações internacionais.
Sobretudo, a bolsa de créditos de carbono da B3 é uma iniciativa inovadora e relevante para o mercado de carbono no Brasil. Afinal, ela pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas e para o crescimento sustentável do país. No entanto, é preciso acompanhar a evolução desse mercado e os seus impactos para os seus participantes e para a sociedade.
Em última análise…
Os créditos de carbono são uma forma de incentivar e reconhecer os projetos que reduzem ou removem as emissões de gases de efeito estufa da atmosfera, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. O mercado de créditos de carbono acaba composto por diferentes tipos, origens e padrões de créditos, negociados em mercados voluntários ou regulados, nacionais ou internacionais.
No Brasil, o mercado de créditos de carbono ainda é incipiente, mas tem um grande potencial de crescimento, dada a riqueza e a diversidade de recursos naturais e de projetos ambientais no país. Um dos produtos que já existe no mercado nacional é o Crédito de Descarbonização (CBIO), que é um instrumento criado pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) para incentivar a produção e o consumo de biocombustíveis no Brasil.
Para ampliar a oferta e demanda dos créditos no Brasil, a B3, anunciou uma parceria com a AirCarbon Exchange (ACX), de Cingapura. Juntas, elas irão lançar uma plataforma de negociação de créditos de carbono de outros tipos, além do CBIO. Aliás, a plataforma da ACX Brasil está prevista para o primeiro trimestre de 2024 e visa aproximar compradores internacionais de importantes players brasileiros. Além disso, eles pretendem adicionar uma camada de integridade na cadeia de negociação deste produto para adequada formação de preço.