Internet: China dificulta acesso livre a conexão no país

Você já pensou como seria viver sem internet no ano de 2023? Isto é, sem poder acessar suas redes sociais ou sequer o Google. Bom, essa é a realidade dos chineses há algum tempo, devido a decisão do governo de limitar o acesso livre a internet quando se trata de plataformas, aplicativos e sites estrangeiros.

A internet é uma ferramenta poderosa para a comunicação, a informação, a educação, o entretenimento e o desenvolvimento. No entanto, nem todos os países oferecem o mesmo nível de liberdade e acesso à internet para seus cidadãos. Um dos casos mais notórios é o da China, que tem uma das políticas mais restritivas e controladas do mundo em relação à rede.

Em resumo, redes como Instagram, Facebook e portais de notícias são bloqueados e substituídos por versões regionais ou nacionais. Os aplicativos estão sumindo de modo repetindo. Aliás, mais de 200 milhões de chineses perderam acesso total aos seus sites e redes favoritas por conta da decisão do governo.

Neste artigo, vamos explorar como e por que a China dificulta o acesso livre à internet no país. Isto é, entendendo quais são as consequências para os usuários, as empresas e a sociedade, e como as pessoas tentam contornar ou resistir às restrições.

Como a China dificulta o acesso livre à internet?

A China dificulta o acesso livre à internet de várias formas, mas principalmente através de um sistema conhecido como “Grande Firewall”, que é um conjunto de leis, regulamentos, tecnologias e instituições que visam controlar e censurar o conteúdo online que o governo chinês considera sensível ou subversivo.

Algumas das principais formas que a China usa para dificultar o acesso livre à internet são:

  • Bloquear o acesso a sites e aplicativos estrangeiros, como Google, Facebook, Twitter, YouTube, WhatsApp, Instagram, etc. Esses sites e aplicativos são considerados como fontes de informação ou influência indesejadas ou perigosas, que podem ameaçar a soberania, a segurança, a estabilidade ou os valores da China.
  • Monitorar e remover o conteúdo online considerado ilegal ou prejudicial, como críticas ao governo, informações sobre direitos humanos, protestos, religião, sexo, violência, etc. Esses conteúdos são considerados como fontes de desinformação, rumores, violência, terrorismo, separatismo, etc., que podem causar distúrbios sociais ou desafiar a autoridade do Partido Comunista Chinês.
  • Exigir que os usuários de internet usem seus nomes reais e forneçam informações pessoais para se registrarem em sites e aplicativos. Essa medida visa aumentar a responsabilidade e a rastreabilidade dos usuários, bem como facilitar a identificação e a punição dos infratores.
  • Impor limites ao tempo e ao uso da internet, especialmente para os menores de idade. Essa medida visa combater o vício em internet e cultivar a boa moralidade e os valores socialistas entre os jovens.

Restrições

  • O uso de VPNs (redes privadas virtuais) para acessar sites e serviços estrangeiros bloqueados é ilegal e pode resultar em multas ou prisão.
  • As plataformas de live-streaming são obrigadas a obter licenças do governo e a seguir regras estritas sobre o conteúdo e a aparência dos apresentadores.
  • Os aplicativos e dispositivos móveis devem ter um modo “menor” integrado, que restringe o uso diário da internet a no máximo duas horas por dia, dependendo da faixa etária.
  • Os provedores de serviços de internet móvel devem criar conteúdo que “difunde os valores socialistas centrais” e “forja um senso de comunidade da nação chinesa”.
  • Os usuários de internet devem usar seus nomes reais e fornecer informações pessoais para se registrar em sites e aplicativos.
  • Os sites e aplicativos devem monitorar e remover o conteúdo online considerado sensível ou subversivo pelo Partido Comunista Chinês, como críticas ao governo, informações sobre direitos humanos, protestos, religião, sexo, violência, etc.
  • Os usuários de internet que publicam ou compartilham conteúdo considerado ilegal ou prejudicial podem enfrentar multas, suspensão ou cancelamento de contas, bloqueio de acesso a determinados sites ou aplicativos, e até mesmo prisão ou detenção.

Essas são apenas algumas das formas que a China usa para dificultar o acesso livre à internet, mas existem muitas outras, como filtrar palavras-chave, bloquear endereços IP, interferir no tráfego de dados, etc.

Por que a China dificulta o acesso livre à internet?

A China dificulta o acesso livre à internet por vários motivos, mas principalmente para proteger e promover seus interesses nacionais, políticos, econômicos e culturais.

Algumas das razões que a China usa para justificar a dificuldade do acesso livre à internet são:

Proteger a soberania e a segurança nacional da China

Evitando a interferência e a influência estrangeiras. A China vê a internet como um campo de batalha estratégico, onde as potências rivais, especialmente os Estados Unidos, podem usar a informação, a propaganda, a espionagem, ou sabotagem, etc., para minar a integridade, a unidade e o desenvolvimento da China.

Preservar a estabilidade social e a ordem pública

Prevenindo a disseminação de informações falsas, rumores, violência, terrorismo, separatismo, etc. A China vê a internet como um fator de risco, onde as forças hostis, internas ou externas, podem usar a informação, a mobilização, a provocação, etc., para causar distúrbios sociais, descontentamento popular ou desafio à autoridade do Partido Comunista Chinês.

Defender os valores socialistas e a cultura tradicional chinesa

Filtrando o conteúdo que contradiz ou desafia os princípios e as políticas do Partido Comunista Chinês. A China vê a internet como um veículo de educação, onde os valores e as normas nacionais, políticos, morais e culturais devem ser difundidos e reforçados, e onde o conteúdo que expressa opiniões diferentes ou críticas deve ser suprimido ou eliminado.

Promover o desenvolvimento econômico e tecnológico da China

Incentivando o uso de plataformas e serviços locais que se adaptam às necessidades e preferências dos usuários chineses. A China vê a internet como uma oportunidade de inovação, onde as empresas e os empreendedores nacionais devem ser apoiados e protegidos, e onde as empresas e os serviços estrangeiros devem ser restringidos ou excluídos.

Proteger os direitos e interesses dos usuários de internet na China

Exigindo que as empresas estrangeiras sigam as regulamentações do governo sobre coleta e privacidade de dados, segurança do usuário, direitos autorais, etc. A China vê a internet como um recurso de bem-estar, onde os dados e a privacidade dos usuários devem ser respeitados e salvaguardados, e onde os abusos e as violações devem ser prevenidos e punidos.

Essas são algumas das razões que a China usa para dificultar o acesso livre à internet, mas nem todos concordam com elas. Alguns críticos argumentam que a dificuldade do acesso livre à internet é uma forma de violação dos direitos humanos e da liberdade de expressão. Afinal, o governo chinês restringe o acesso a informações diversas e independentes, e monitora e reprime o conteúdo online que expressa opiniões diferentes ou críticas.

Redes locais

As redes sociais como Facebook, Instagram e outras são substituídas por versões locais na China, porque o governo chinês bloqueia o acesso a muitos sites e aplicativos estrangeiros, como parte de sua política de “Grande Firewall”.

Assim, os usuários de internet na China usam plataformas de mídia social locais que são adaptadas às suas preferências e necessidades culturais, bem como às regulamentações do governo. Algumas das plataformas de mídia social mais populares na China são:

  • WeChat: É um aplicativo multifuncional que combina mensagens instantâneas, redes sociais, pagamentos móveis, e-commerce, mini-programas e outros recursos. É o aplicativo mais usado na China, com mais de 1,3 bilhão de usuários ativos mensais.
  • Weibo: É uma plataforma de microblogging que se assemelha ao Twitter, mas com mais recursos multimídia e interativos. É uma das principais fontes de informação, entretenimento e opinião pública na China, com mais de 530 milhões de usuários ativos mensais.
  • Douyin: É a versão chinesa do TikTok, um aplicativo de compartilhamento de vídeos curtos que se tornou um fenômeno global. É uma das plataformas mais populares entre os jovens na China, com mais de 600 milhões de usuários ativos diários.
  • Xiaohongshu: É uma plataforma de comércio social que combina conteúdo gerado pelo usuário, recomendações de produtos e compras online. É uma das plataformas mais influentes para o marketing de marcas de beleza e moda na China, com mais de 300 milhões de usuários registrados.
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Descubra quais são as consequências negativas e positivas do acesso limitado à internet na China. Imagem: DALL-E 3.

Quais são as consequências da dificuldade do acesso livre à internet na China?

A dificuldade do acesso livre à internet na China tem várias consequências, tanto positivas quanto negativas, para os usuários, as empresas e a sociedade.

Algumas das consequências positivas são:

  • Aumentar a segurança e a estabilidade nacional e social, evitando ou reduzindo os conflitos, as ameaças, os riscos e os danos causados pela informação ou pela atividade online indesejada ou perigosa.
  • Fortalecer a identidade e a coesão nacional e cultural, promovendo ou reforçando os valores e as normas nacionais, políticos, morais e culturais, e criando um senso de comunidade e de pertencimento entre os usuários de internet.
  • Impulsionar o desenvolvimento e a inovação econômica e tecnológica, apoiando ou protegendo as empresas e os empreendedores nacionais, e criando um mercado e um ambiente favorável para a internet.
  • Melhorar o bem-estar e a satisfação dos usuários de internet, respeitando ou salvaguardando os dados e a privacidade dos usuários, e oferecendo serviços e conteúdos de qualidade, segurança e confiabilidade.

Consequências negativas

  • Limitar a liberdade e o acesso à informação, restringindo ou bloqueando o acesso a sites e aplicativos estrangeiros, e monitorando ou removendo o conteúdo online considerado ilegal ou prejudicial.
  • Reduzir a diversidade e a independência de opinião, filtrando ou eliminando o conteúdo online que expressa opiniões diferentes ou críticas, e impondo ou reforçando os valores e as normas nacionais, políticos, morais e culturais.
  • Aumentar a vulnerabilidade e a dependência dos usuários, exigindo ou coletando os dados e as informações pessoais dos usuários, e facilitando ou permitindo a identificação e a punição dos infratores.
  • Diminuir a competitividade e a criatividade dos usuários, restringindo ou excluindo as empresas e os serviços estrangeiros, e impondo ou seguindo as regulamentações e as restrições do governo.

Essas são algumas das consequências da dificuldade do acesso livre à internet na China, mas existem muitas outras, como afetar a educação, a cultura, a saúde, o meio ambiente, etc.

Como as pessoas tentam contornar ou resistir às restrições?

Apesar da dificuldade do acesso livre à internet na China, muitas pessoas tentam contornar ou resistir às restrições, usando diferentes métodos, ferramentas e estratégias.

Algumas das principais formas que as pessoas usam para contornar ou resistir às restrições são:

1. VPNs

Usar redes privadas virtuais (VPNs), que são serviços que permitem aos usuários acessar a internet através de servidores localizados em outros países. Dessa forma, eles evitam os filtros e os bloqueios do Grande Firewall. As VPNs são populares entre os usuários que querem acessar sites e aplicativos estrangeiros ou que querem navegar na internet de forma anônima e segura. No entanto, as VPNs também são ilegais na China. Aliás, o governo tem intensificado os esforços para detectar e bloquear as VPNs, bem como para punir os usuários e os provedores.

2. Serviços alternativos de internet

Usar plataformas e serviços alternativos, que são sites e aplicativos que oferecem funcionalidades semelhantes ou substitutas aos sites e aplicativos estrangeiros bloqueados, mas que se adaptam às regulamentações e às preferências do mercado chinês. Essas plataformas e serviços incluem buscadores, redes sociais, mensageiros, vídeos, etc., como Baidu, WeChat, Weibo, Douyin, etc. Essas plataformas e serviços são populares entre os usuários que querem se comunicar, se informar, se educar, se divertir, etc., sem depender dos sites e aplicativos estrangeiros. No entanto, elas também são controladas e censuradas pelo governo, e os usuários devem seguir as normas e as políticas do Partido Comunista Chinês.

3. Códigos e símbolos

Usar códigos e símbolos. Os usuários encontram formas de expressar ou transmitir informações ou opiniões que escapam ou desafiam os filtros e os censores do Grande Firewall. Esses códigos e símbolos incluem palavras, imagens, emojis, memes, etc. Afinal, eles têm significados ocultos, ambíguos ou irônicos, que podem ser entendidos pelos usuários, mas não pelos algoritmos ou pelas autoridades. Esse método é usado pelos usuários que querem criticar, protestar, satirizar, etc., o governo, o Partido Comunista Chinês, ou outros assuntos sensíveis ou proibidos. No entanto, os códigos acabam sendo arriscados e temporários. Isto é, o governo pode descobrir e bani-los, bem como identificar e punir os usuários que os usam.

Em última análise…

A China é um exemplo de um país que dificulta o acesso livre à internet, usando um sistema de controle e censura chamado “Grande Firewall”. Em suma, China faz isso para proteger e promover seus interesses nacionais, políticos, econômicos e culturais. Por outro lado, também para restringir e reprimir as informações e as opiniões que considera sensíveis ou subversivas.

A dificuldade do acesso livre à internet tem consequências positivas e negativas para os usuários. Afetando, assim, as empresas e a sociedade. Por isso, muitas pessoas tentam contornar ou resistir às restrições, usando diferentes métodos, ferramentas e estratégias. Sobretudo, a dificuldade do acesso livre à internet na China é um tema complexo e controverso. Afinal, envolve questões de soberania, segurança, estabilidade, valores, desenvolvimento, liberdade, direitos, diversidade, inovação, criatividade, etc.

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