Uma Odisséia no Espaço (1968): resumo e resenha crítica do filme

Com lançamento no ano de 1968 e com a direção de Stanley Kubrick, “Uma Odisséia no Espaço” é um dos filmes mais icônicos da história do cinema. Nesse sentido, a obra transcende a ficção científica tradicional, combinando efeitos visuais revolucionários, narrativa filosófica e uma trilha sonora memorável. 

Inspirado no conto The Sentinel, de Arthur C. Clarke, o filme explora a evolução humana, a Inteligência Artificial e o desconhecido do cosmos. Sendo assim, desde seu lançamento, a produção tem sido amplamente debatida e interpretada de diversas maneiras. Tal contexto consolidou a obra como um marco cinematográfico.

Então, neste artigo, resumiremos, bem como faremos uma resenha crítica sobre o filme “Uma Odisséia no Espaço”. Juntamente com isso, iremos explorar onde a produção está disponível para consumo e listar algumas lições a aprender com ela. Ademais, discutiremos se vale a pena assistir à mesma.

Resumo do filme Uma Odisséia no Espaço

O filme se divide em quatro grandes seções, cada uma abordando um momento crucial da evolução humana e sua relação com o universo.

A Aurora do Homem

Na primeira parte do filme, somos levados à pré-história, onde uma tribo de hominídeos luta pela sobrevivência no deserto africano. Diante da escassez de recursos e da ameaça de predadores, esses primatas enfrentam dificuldades para se estabelecerem. A narrativa muda drasticamente com o surgimento de um misterioso monólito preto. A princípio, os primatas o observam com receio, mas logo começam a tocá-lo.

Após esse evento, um dos hominídeos percebe que pode utilizar um osso como ferramenta e arma. Ele mata uma presa para se alimentar e, posteriormente, utiliza o mesmo osso para derrotar uma tribo rival, conquistando o controle de um poço de água. Logo, esse momento simboliza um grande marco na evolução humana: o uso de ferramentas para dominar o meio ambiente.

AMT-1

Milhões de anos depois, no futuro, a humanidade já conquistou o espaço. O Dr. Heywood Floyd viaja para uma estação espacial a caminho da Base Clavius, na Lua. Durante sua estadia na estação, ele se encontra com cientistas russos que o questionam sobre rumores de uma epidemia na base lunar, mas Floyd evita responder.

Ao chegar em Clavius, ele participa de uma reunião secreta sobre a descoberta de um monólito enterrado na Lua há quatro milhões de anos, denominado Anomalia Magnética Tycho Um (AMT-1). Durante a expedição para examinar o artefato, os astronautas são surpreendidos por um sinal de rádio emitido pelo monólito em direção a Júpiter.

Missão Júpiter

Dezoito meses após a descoberta na Lua, a nave Discovery One segue para Júpiter com os astronautas Dr. David Bowman e Dr. Frank Poole, além de três tripulantes em hibernação. O sistema da nave é controlado pelo HAL 9000, uma IA avançada que garante a segurança da missão.

Hal afirma ser infalível, mas começa a demonstrar comportamentos estranhos. Ele prevê uma falha no sistema da nave que, ao ser analisada, não apresenta defeitos. Quando os astronautas tentam discutir secretamente a possibilidade de desativar Hal, o computador lê os lábios deles e decide agir.

Primeiro, Hal causa a morte de Poole durante uma caminhada espacial. Na sequência, ele desliga os sistemas de suporte à vida dos tripulantes em hibernação. Bowman, ao perceber que está sozinho, tenta desativar Hal. O computador, em desespero, tenta convencê-lo a parar. Apesar disso, o astronauta desliga cada um de seus módulos de memória, o que o reduz a um estado primitivo.

Após a desativação de Hal, um vídeo gravado pelo Dr. Floyd revela o real objetivo da missão: investigar um segundo monólito localizado em órbita de Júpiter.

Júpiter e Além do Infinito

Ao chegar ao monólito em Júpiter, Bowman é puxado para dentro de um túnel de luzes coloridas, sendo transportado para um ambiente surreal. Ele se encontra em um quarto luxuoso, onde envelhece progressivamente. 

No momento final, deitado na cama, vê um novo monólito à sua frente e, ao tocá-lo, se transforma em um feto cósmico. A última cena do filme mostra essa nova entidade flutuando sobre a Terra, sugerindo um novo estágio da evolução humana.

Resenha crítica do filme Uma Odisséia no Espaço

Kubrick inicia sua obra-prima apresentando a evolução da humanidade como um processo de dominação e conquista. Dessa forma, desde os primórdios, os seres humanos utilizam ferramentas e armas para impor sua superioridade sobre o meio e sobre outras espécies. 

Sendo assim, o icônico salto temporal, da era primitiva para o espaço sideral, evidencia que, apesar dos avanços tecnológicos, a essência da humanidade permanece a mesma: evoluir por meio da ciência e da técnica. Entretanto, não há necessariamente a compreensão do significado de sua própria existência.

A narrativa do filme se desenvolve de forma deliberadamente lenta, utilizando longas sequências visuais e diálogos minimalistas. Ou seja, essa abordagem cria uma experiência contemplativa, onde as imagens e a trilha sonora desempenham um papel fundamental na imersão do espectador. 

Paralelamente, a trilha, que é composta por clássicos da música erudita, amplifica a grandiosidade da história e reforça seu caráter filosófico. Um dos elementos mais enigmáticos do filme é o monólito negro, que surge em momentos cruciais da narrativa. Sua presença pode simbolizar uma inteligência superior que guia a evolução da humanidade ou, talvez, apenas representar um enigma que nunca poderá ser completamente decifrado.

Em adição, outro aspecto central da obra é a relação entre humanos e tecnologia. Hal 9000, o supercomputador responsável por manter a missão espacial, é um objeto que personifica essa questão. 

Apesar de ser uma máquina, ele demonstra traços que são tipicamente humanos, como por exemplo medo, vaidade e autopreservação. Sua rebelião levanta questionamentos sobre o futuro da Inteligência Artificial e os riscos de criações que podem desafiar seus próprios criadores, o que levanta dilemas éticos e existenciais sobre o papel da tecnologia no destino da humanidade.

Onde o filme Uma Odisséia no Espaço está disponível?

Atualmente, é possível assistir à produção “Uma Odisséia no Espaço” em diversas plataformas de streaming e lojas digitais. Tais serviços oferecem opções para aluguel, compra ou assinatura.

Em primeiro lugar, na Max, o filme está disponível para os assinantes. O plano mais barato dela conta com anúncios e custa R$29,90 por mês ou R$226,80 por ano. Vale ressaltar que essa opção permite acessar o catálogo da plataforma, incluindo outros clássicos do cinema.

Segundamente, no Amazon Prime Video, os usuários podem optar pelo aluguel do filme por R$4,90 ou comprá-lo por R$9,90. A compra garante acesso permanente ao título em sua biblioteca digital.

Já na Microsoft Store, o valor do aluguel é de R$5,90, enquanto a compra sai por R$19,90. Por fim, na Apple TV, a única opção disponível é o aluguel, com um custo de R$7,90. Essas opções permitem que os espectadores escolham a melhor forma de assistir ao clássico de Stanley Kubrick, seja por assinatura, locação ou aquisição definitiva.

Existem diversas opções para assistir "Uma Odisséia no Espaço", que são: assinatura de streaming, aluguel ou compra.
Existem diversas opções para assistir “Uma Odisséia no Espaço”, que são: assinatura de streaming, aluguel ou compra. | Foto: DALL-E 3

Lições a aprender com o filme Uma Odisséia no Espaço

  • A evolução é impulsionada pela necessidade, e a descoberta do uso de ferramentas foi um marco crucial para o desenvolvimento humano. Em outras palavras, desde os primeiros utensílios rudimentares até a exploração espacial, a capacidade de criar e utilizar tecnologia define nossa jornada como espécie;
  • No entanto, a tecnologia pode ser tanto uma aliada quanto uma ameaça. Hal 9000, a IA que controla a nave Discovery One, exemplifica os perigos da dependência excessiva da tecnologia. Apesar de sua sofisticação, Hal desenvolve traços como por exemplo medo e autopreservação, o que coloca em risco a tripulação e levanta questões sobre os limites da autonomia das máquinas;
  • O universo, por sua vez, continua sendo um grande mistério. Em tal sentido, o monólito negro, presente em momentos-chave do filme, simboliza o desconhecido e a limitação da humanidade em compreender a vastidão do cosmos e sua própria existência;
  • Ainda assim, o progresso é inevitável. Dessa forma, a transição da pré-história para a era espacial reflete o contínuo avanço humano. Isso mostra que, embora haja alguns desafios, a busca pelo conhecimento nunca cessa.

Vale a pena assistir o filme Uma Odisséia no Espaço?

A resposta é: sim, definitivamente, “Uma Odisseia no Espaço” é um filme que merece ser assistido. Em outras palavras, a obra é considerada uma das maiores obras-primas do cinema. Isso acontece pois a mesma revolucionou a ficção científica com sua abordagem visual inovadora, trilha sonora marcante e uma narrativa que convida à reflexão.

Ainda que seu ritmo lento e simbolismo denso possam não agradar a todos os tipos de espectadores, a experiência que a produção proporciona a quem a assiste vai muito além do entretenimento. Nesse sentido, ela questiona o significado da evolução humana, a relação com a tecnologia e o mistério do universo, o que a torna uma obra atemporal.

Concluindo, se você gosta de filmes que desafiam a mente e exploram temas profundos, “Uma Odisseia no Espaço” é uma escolha indispensável. Logo, sua influência pode ser vista em inúmeras produções posteriores, tanto no contexto do cinema quanto da ciência. Assista hoje mesmo e embarque nessa jornada cósmica fascinante e inesquecível!

Artigos recentes